Síndrome da domesticação

Vocês sabem como o processo de domesticação de várias espécies animais, tais como cães, cabras, coelhos e porcos, resultou em indivíduos com orelhas caídas, focinhos curtos e pelagem com manchas?

Você já reparou que lobos têm orelhas eretas e alguns cães têm orelhas caídas?

Há 150 anos, Charles Darwin apresentou sua teoria sobre como a domesticação de animais selvagens selecionou características que são observadas apenas em espécies de animais domésticos, mas não em seus progenitores selvagens.

Recentemente, cientistas propuseram uma hipótese que explica como a síndrome da domesticação (termo criado para plantas) de animais produziu indivíduos com um conjunto comum de características fenotípicas (como orelhas caídas, manchas na pelagem, focinho curto, entre outras) que estāo associadas a um comportamento mais dócil.

Acredita-se que tal docilidade das espécies domésticas decorra de uma deficiência de células da crista neural observadas nessas espécies. Tais células embrionárias originam células que, por sua vez, são responsáveis pela pigmentação da pele, constituem partes da face e das cartilagens, e também, produzem adrenalina, elemento essencial para vencer a luta pela sobrevivência. Talvez resida aí a explicação sobre como a seleção de características comportamentais durante o processo de domesticação produziu indivíduos com certas características fenotípicas bem visíveis. Ressalte-se que essa teoria não se aplica a todas as espécies domésticas, como no caso dos gatos!

Quer saber mais sobre esse assunto interessante? Assista a esse vídeo incrível:

 

Texto: Isabelle Tancioni

Fontes:

http://www.genetics.org/content/197/3/795

http://rsos.royalsocietypublishing.org/content/3/6/160107